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18 de agosto de 2011

Especial URSS-Um Novo Despertar

 A Era Kruschev, Crise dos Mísseis em Cuba e o Advento de Brejnev


A guerra fria entrou em nova fase com a morte de Stalin, em 1953, e a ascensão de Nikita Kruschev. Este procurou aliviar um pouco o pesado clima de opressão que dominava a sociedade soviética. Denunciou os abusos e os crimes de Stalin e iniciou um processo de liberalização, conhecido como degelo e desestalinização. Ao mesmo tempo, kruschev percebeu que seria vantajoso encontrar um termo de conveniência menos hostil com o Estados Unidos e o ocidente. Deu início ao processo chamado de convivência pacífica.

A morte de Stalin, em 1953, desencadeou uma acirrada disputa pelo poder. Venceu Nikita Kruschev, identificado com a burocracia dirigente do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Em 1955, sob essa nova liderança, a União Soviética passou por um processo de liberalização do regime. Uma das prioridades foi o aumento da produtividade agrícola, obtida pela descentralização de áreas econômicas, gerenciadas por conselhos locais.

Outro avanço notável ocorreu no âmbito da tecnologia espacial: no dia 4 de outubro de 1957, a União Soviética surpreendeu o mundo com a notícia de que tinha colocado em órbita da Terra um satélite artificial, o Sputnik. Era uma façanha sem precedentes. Menos de quatro anos depois, no dia 12 de abril de 1961, o mundo tomou conhecimento de outro feito espetacular: pela primeira vez, um homem se deslocava em órbita da Terra, livre da atração gravitacional. O nome do astronauta correu mundo: lúri Gagarin.

Mas a realização mais importante de Kruschev ocorreu no campo político. Internamente, ele deu início a um processo de abertura, amenizando o rigor da censura, reduzindo o poder da polícia política, reabilitando presos políticos e fechando diversos campos de trabalhos forçados. Esse processo recebeu os nomes de degelo e desestalinização, ou seja, eliminação dos traços deixados por Stalin na vida da União Soviética.

O marco decisivo da desestalinização foi o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em fevereiro de 1956, no qual Kruschev revelou e denunciou os abusos e crimes cometidos por ordem de Stalin.

Esse fato repercutiu de maneira ampla nos países socialistas da Europa Oriental, estimulando dissidências. Mas a pesada herança stalinista ainda se fazia sentir: pela intervenção militar, a União Soviética não permitiu que rebeliões ocorridas em 1956 na Polônia e na Hungria desviassem esses países de sua linha ideológica.

No plano externo, Kruschev deu início a um processo de aproximação com os Estados Unidos. Num gesto de grande coragem, em 1959 fez uma visita de diversos dias àquele país. Era a primeira vez que um dirigente da União Soviética pisava solo americano. Ao retornar a seu país, Kruschev declarou: “Eu vi os escravos do capitalismo. E vivem bem.” Através dessa aproximação com os Estados Unidos, teve início o que se denominou coexistência pacífica entre as duas superpotências.

Em 1959 o bloco socialista seria ampliado com a inclusão de Cuba, primeiro país da América Latina a adotar o regime comunista, em decorrência de uma revolução liderada por Fidel Castro.

A política de degelo e a aproximação com o Ocidente não agradaram aos dirigentes da China, que tinha feito sua revolução socialista em 1949. Lá, o fervor revolucionário não admitia aproximações com os países capitalistas nem afrouxamento da rígida disciplina doutrinária. Para o líder Mao Tsé-Tung e seus seguidores, o que estava acontecendo na União Soviética, era revisionismo, desvio do caminho revolucionário idealizado por Lenin. Após um período de acusações, em 1960 os dois países romperam relações. Milhares de técnicos soviéticos que trabalhavam no desenvolvimento de projetos na China foram chamados de volta, deixando interrompidas numerosas obras.

Em 1961, novos acontecimentos viriam mostrar, de forma crua, que as relações entre os países comunistas e capitalistas estavam longe de se normalizar. Na Europa, o governo da Alemanha Oriental, para evitar a fuga de cidadãos para o outro lado, mandou erguer um muro fechando a fronteira entre Berlim Oriental e Berlim Ocidental. Símbolo da intolerância política e grande marco da guerra fria, o muro de Berlim só viria a ser derrubado em novembro de 1989.

A CRISE DOS MISSEIS EM CUBA-1962



Na América, apesar dos ensaios de entendimento entre a União Soviética de Kruscheve e os Estados Unidos de John Kennedy, Cuba se transformaria num perigoso foco de tensão internacional. Ao estatizar as empresas estrangeiras, o governo revolucionário que tomara o poder em 1959 provocou represálias dos Estados Unidos, na forma de boicote à importação de açúcar, principal fonte de divisas da ilha. Em 1961, exilados cubanos, treinados e equipados pela CIA (Agência Central de Inteligência), tentaram invadir a ilha para derrubar o governo de Fidel Castro, no episódio conhecido como a invasão da baía dos Porcos. Em decorrência, Washington e Havana romperam relações. Por pressão norte-americana, Cuba foi expulsa da OEA (Organização dos Estados Americanos), ficando política e economicamente isolada do resto do continente.

Esses fatos promoveram a aproximação de Fidel com os soviéticos. Cuba passou a receber da União Soviética ajuda financeira, técnica e militar para estruturar o país segundo moldes socialistas. Como parte da aliança, o Kremlin recebeu permissão para instalar mísseis em Cuba. Em outubro de 1962 o governo americano denunciou a existência desses mísseis e exigiu que fossem retirados. Foram dias de extrema tensão, com o mundo à beira de uma guerra nuclear. Depois de muitas negociações, os mísseis foram levados de volta para a União Soviética, mas as tentativas de aproximação entre os dois lados voltaram à estaca zero.

O fim da era Kruschve e o advento de Leonid Brejnev 

Dentro da União Soviética, Kruschev passou a sofrer pressões devido a seu reformismo. Em outubro de 1964, perdeu o poder para Leonid Brejnev.

Embora prometesse continuar as reformas internas e buscar a aproximação com o Ocidente, na prática Brejnev representava a retomada do controle pela poderosa burocracia, impermeável a mudanças, ainda que controladas. O novo governante teve de se equilibrar entre a estagnação da economia interna e o crescimento dos gastos militares. Além da produção de armamentos, a União Soviética gastava fortunas para manter suas tropas em constante estado de alerta, não só em suas próprias fronteiras, mas também em diversos pontos do globo em sua esfera de influência.

Nos 18 anos de poder, o governo de Brejnev exerceu severo controle sobre os países da Europa Oriental. Na Tchecoslovàquia, em 1968, um movimento de reformas1iberalizantes – Primavera de Praga, liderada por Alexander Dubcek – foi esmagado por tanques do Pacto de Varsóvia.

O contato com os Estados Unidos foi retomado durante a presidência de Richard Nixon (1968-1974). Mas as conversações sobre limitação de armas nucleares acabaram interrompidas em decorrência da invasão soviética do Afeganistão, em 1979. Nesse país, o exército soviético interveio para sustentar um governo pró-Moscou que acabara de derrubar a monarquia.

Fonte: Ed.Ática
Por Maria Helena Senise e Alceu Pazzinato


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