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31 de março de 2012

Artigo:A guerra do Irã: uma retórica muito além do programa nuclear

Autor(es): Hussein Ali Kalout
 No Correio Braziliense  em 24/03/2012
 

Cientista político, professor de relações internacionais e especialista em Oriente Médio pela Universidade Árabe de Beirute
O confronto entre o Ocidente e a República Islâmica do Irã entra em sua etapa mais complexa. O recrudescimento das tensões caminha rumo a um ponto sem retorno. Daqui por diante, o estado persa será o principal tema da agenda dedos EUA, com o providencial apoio de Israel, cuja finalidade é a reconfiguração política do Oriente Médio e o domínio sobre o continente asiático – para onde se desloca o eixo decisório das relações internacionais no século 21. segurança internacional. Por trás da retórica contra o programa nuclear iraniano encontra-se um plano estratégico
Nesse sentido, são vários os objetivos: dominar o petróleo iraniano; condicionar o desenvolvimento da economia chinesa — cada vez dependente do petróleo persa; limitar a influência político-militar russa; impedir a consolidação do Irã como potência regional; liquidar o corredor político xiita que se estende do território iraniano, passando pelo Iraque e Síria, e chega aodos da Opep apontam que 60% das reservas mundiais de petróleo estão no Oriente Médio. O Irã detém a segunda maior reserva da região, sendo o quarto maior exportador do planeta e o terceiro em reservas globais. O possível domínio norte-americano sobre o petróleo persa faria com que os EUAIrã e Iraque. Isso sem contar os demais países satélites do Golfo Arábico, há tempos cooptados pelo establishment petroleiro euro-americano. Líbano. Estu controlassem as três maiores reservas petrolíferas do Oriente Médio: Arábia Saudita,
Consolidando um poderio energético inconteste no contexto global, os EUAaos interesses estratégicos chineses, já que o controle das jazidas iranianas iria determinar o crescimento econômico do gigante asiático. Afinal, a China importa cerca de 30% da produção de petróleo iraniano, o que representa aproximadamente 20% das necessidades dede sua economia de base industrial. O papel da Rússia na região também entra nessa equação geopolítica. Em que pese serem dosde petróleo iraniano, os russos não dependem energeticamente dos persas como a China e a Índia. Para Moscou, a principal ameaça consiste na interrupção do comércio de armamentos e de tecnologia militar de alto nível ao governo de Teerã, o que culminaria no isolamento da Rússia em assuntos estratégicos relevantes no Oriente Médio. causariam graves danos consumo energético principais importadores
No bojo desta concertação, se insere ainda a retórica israelense por pressões e retaliações, num esquema de revezamento com os americanos para manter elevada a tensão na área. A confrontação com Teerã é vital para o governo Netanyahu desviar o foco de temas mais espinhosos, como a questão palestina e a insatisfação interna encarnada nos indignados da boulevard Rotschild. A segurança do Estado judeu não se correlaciona diretamente com o progresso do programa nuclear iraniano. O risco maior está na consolidação do "corredor" político xiita que ora se constitui no Oriente Médio. Liquidar com o eixo Irã-Iraque-Síria-Líbano é elemento crucial para salvaguardar os interesses israelenses. Daí a aceleração da marcha de guerra para a destruição da conjunção "mater" deste arcabouço: o Irã. A Arábia Saudita também trabalha para brecar o renascimento do Irã enquanto potência regional. Há o temor de que a crescente influência xiita no mundo árabe leve os persas a rivalizar com os interesses econômico-político-militares sauditas no Oriente Médio.
O plano de ataque ao Irã está traçado e sua execução é uma questão de tempo e oportunidade – recursos econômicos, alianças diplomáticas e treinamento militar. A dúvida não é mais "se" e sim "quando" vai acontecer. Sem hesitação, o Congresso americano, com o apoio da Aipac (lobby pró-Israel nos EUA) e do complexo industrial bélico, caminha na linha de que uma intervenção deve ser imposta. Restará aos iranianos render-se ou lutar. O processo diplomático no contexto multilateral será um sério obstáculo à guerra. Além da acomodação dos interesses estratégicos de russos e chineses, há o temor generalizado de que o conflito agrave a crise econômica mundial e afete o comércio global com um novo choque do petróleo. A cautela temporal dos EUA está consubstanciada na contra-reação iraniana, que arrastará para o conflito os demais países da região. As bases americanas na Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Kuwait, Iraque, Omã e Afeganistão serão alvos fáceis para os persas. Frentes de batalha seriam abertas pelo Hezbollah e pelo Hamas contra Israel, e a proliferação de atentados terroristas movidos pelo antiocidentalismo, cedo ou tarde, atingiriam a Europa e a América do Norte.
http://clippingmp.planejamento.gov.br

3 comentários:

  1. voces sabem que data é hoje? pois há 48 anos atrás houve o golpe militar num pais chamado Brasil. esqueceram? é no esquecimento da história que os ditadores se aproveitam pra tentar retomar o poder de novo, pior que tem gente (que eu ja vi em alguns comentário aqui mesmo neste espaço)que estão saudosos da ditadura e da censura e ainda afirmam que hoje que Brasil está sob censura (mesmo eles podendo falar abertamente). então nao se esqueçam para nao serem pegos de supresa.. aproveite que ainda é possivel criticar os governos pois depois nao poderão berrar se acaso no futuro ocorrer outro golpe de estado e mais adiante chama-lo como revolução pra "salvar" o pais... rss
    abraços a todos!

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  2. Valeu marcos é bom lembrar e nao esquecer....

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  3. Vale lembrar que o Brasil assinou um acordo com Turquia e o Irã, para enriquecimento de urânio para fins pacíficos.

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